O falso excesso populacional e a real Abundância da Natureza como moeda de troca


Vivemos uma realidade de Abundância que tem vindo a ser ocultada por percepções de carência intencionalmente incutidas por sistemas de organização com agendas.

Vivemos uma realidade de Abundância escondida por induzidas percepções de escassez e excesso populacional.

A percepção, a vivência e o testemunho de escassez, carência e excesso populacional, são induzidos, principalmente, nos grandes centros urbanos.

A maioria das percepções da realidade não é realista em relação às qualidades inatas da Terra, como acontece, por exemplo, com a Abundância, que é apercebida por poucos, mesmo sendo, por muitos, contemplada.

É mentira que vivemos em uma realidade de escassez e carência: nós vivemos em uma realidade de Abundância.

Mas, então, por que existem pobres?

E por que dezenas de milhares de pessoas morrem de fome, por dia, no mundo, sendo milhares delas, crianças?

Por que existem relatórios de instituições globalistas afirmando que existem pessoas demais no mundo e escassez de alimentos, quando vivemos em uma realidade de Abundância?

É mentira que existem pessoas demais no mundo.

A Terra está vazia de humanos: esta é a verdade.

A verdade é que existe uma reduzida quantidade de pessoas quando se considera a imensidão do mundo.

Só que, maior parte desta reduzida quantidade de pessoas, está organizada de uma forma metropolitana que gera excesso de concentração populacional e insuficiência de produção alimentar.

Isto faz com que as pessoas que habitam em tal sistema de organização, vivam, testemunhem e apercebam escassez e carência, sem se aperceber que, ao redor delas, existem planícies e mais planícies férteis e desabitadas.

Vivendo o ser humano com inteligência e sabedoria em relação à Natureza, o mundo pode receber muito mais pessoas do que aquelas que existem hoje em dia.

Se alguém discorda, que saia das cidades e contemple que, maior parte da Terra, está intocada e nela não existem seres humanos!

E apesar de existirem regiões menos férteis, a verdade é que maior parte da Terra desabitada manifesta a Abundância.

O que existe é excesso de concentração populacional com desequilibradas práticas de convivência com a Natureza e com as próprias pessoas, gerando escassez e percepção de carência. 

Mas por que razão haveria alguém de mentir, dizendo que existem pessoas demais no mundo e que não há comida para todos? 

Por poder.

Mais respostas a esta pergunta podem ser encontradas, nos limites de alguma medida, no blog do Canal Daniel Simões, onde as pesquisas e os levantamentos sobre as estruturas de poder, de organização institucional e corporativa, foram publicados em mais de 400 artigos. 

A abundância é um dos temas centrais aqui, no És-tudo de Si, o novo espaço virtual do Canal Daniel Simões, inaugurado na 2ª feira, 20.Jun.2022, publicando 13 textos.

Sincronisticamente, no Sábado, 25.Jun.2022, surgiu a oportunidade de passar alguns dias longe das cidades, visitando a abundante realidade de uma comunidade serrana, a 200 Kms de Fortaleza, que não nos pareceu ter mais de 250 habitantes.

Foi uma experiência incrível, tanto pela vivência em si, quanto pela sincronia com os temas, recentemente, publicados neste espaço virtual.

A chamada Grande Fortaleza concentra mais de 4 milhões de pessoas em uma situação de extrema vulnerabilidade inconsciente, uma vez que, praticamente ninguém produz a comida que come, ou capta a água que bebe, delegando tais responsabilidades a terceiros.

Taticamente, é uma falha enorme.

Mas basta nos afastarmos do meio urbano que, dezenas e centenas de quilómetros de planícies e mais planícies verdejantes e férteis, se abrem abundantes e desabitadas, cheias de riquezas naturais não usufruídas por seres humanos.

Quanto mais nos aproximamos do conjunto serrano, mais o verde se ergue acima do horizonte e menos a Natureza consegue esconder a sua abundância.

Parámos nos pés da serra, em uma pequena cidade alimentada pelas serras ao redor, antes de subir até à comunidade: não vimos ali uma única bicicleta, o que talvez seja justificado pelas íngremes subidas, mas assistimos a um inesperado e intenso movimento de motorizadas e outras tendências à modernidade que, pela TV e pela internet, ali chegam sorrindo promessas de facilidade, felicidade e boas emoções.

Começamos a subir a serra em moto-táxis e em pouco tempo, enormes rochas arredondadas surgiram no terreno inclinado, apoiadas em outras rochas e raízes que ladeiam a estrada de areia e pedra assentada.

A quantidade de verde tornava-se exuberante, mas eis que surge uma retro-escavadora cortando a fluidez natural, alargando trechos e deixando nas beiradas, terra revirada e misturada com galhos, sem noção do perigo que é retirar de debaixo daquelas enormes rochas, a terra, as árvores e outras rochas que as suportam.

É o desenvolvimento sem respeito pela Natureza e pelo próprio ser humano que abre os caminhos do desenvolvimento com promessas de asfalto... mas desenvolvendo para onde?

Quanto mais nos aproximávamos da comunidade, maior a quantidade e melhor a qualidade dos produtos expostos a céu aberto, plantados, ou oferecidos pela Natureza, que contemplávamos.

Subíamos ao lado do rio, que desce em cascatas.

Chegados à comunidade, apercebemos a relação próxima entre todas as pessoas: depois de contadas histórias, descobrimos que todo o mundo se conhece e quase tudo é família em diversos graus.

O sentimento de união que sentíamos nas relações humanas da comunidade, era acompanhado por uma imensa generosidade, não só das pessoas, mas também da Natureza, indo esta muito além do que a comunidade produz e vende com a ajuda de jumentos, motorizadas, alguns carros e caminhões.

A própria Natureza multiplica e oferece muito mais do que se consegue consumir e vender.

Tanta é a quantidade que, espontaneamente, surge um sistema de oferta e troca de Abundância, no qual, o dinheiro é inútil entre as relações humanas.

Será que o dinheiro só é útil em realidades de escassez e percepção de carência?

Será que para manter o sistema financeiro é preciso anular nas pessoas, a percepção da Abundância da Natureza?

Conscientizar que a troca de Abundância da Natureza anula a utilidade do dinheiro.

Bananas, tangerinas, mamões, gengibre-selvagem, pimenta-do-reino, côcos verdes, côcos babão, arroz, feijão, leite, derivados do leite (queijo, nata, etc.), caça e pesca, animais domésticos (vacas, galinhas caipira, capotes, porcos, cabras, etc.)... é tanta coisa que a terra oferece que acredito que não exista por aquelas bandas alguém passando fome, ou sede.

A comida e a água, depois do ar, são as coisas mais essenciais à sobrevivência e à vida e existem por ali em abundância: só não descem mais as serras e não se estendem mais nas planícies devido à gananciosa e pouco inteligente intervenção humana que freia o rio que desce as serras até um açude do Estado, que controla a água a partir dali, distribuindo-a por, pelo menos, 3 cidades vizinhas.

Mas qual seria o resultado se as águas não fossem freadas e se permitisse ao rio correr livre, distribuindo a sua Abundância nas margens por onde passasse?

Vários olhos-de-água (fontes) foram-me reveladas por um nativo, muito acima do açude, bem no interior da serra: água jorrando sem parar, nascida entre as pedras e que, junto com a boa qualidade da terra, proporciona o benefício recebido pela população. 

“Nunca secou!” - disse-me um jovem com cerca de 20 anos de idade.

Entramos no mato, escalamos rochas e ribanceiras, tomamos banho nas cachoeiras, enquanto comíamos bananas e côcos colhidos ali perto e mascávamos gengibre colhido pelo caminho.

Na casa em que fomos convidados a nos hospedar, pertencente a uma pessoa amiga, diversos tipos de alimentos estavam sempre chegando pelas mãos de uma comunidade que não vive a carência alimentar: cachos de bananas, dezenas e dezenas de bananas soltas, abacates, jerimuns, nata do leite da terra, arroz da terra, bolos pé-de-moleque com côco babão, tangerinas doces e muitas outras coisas nos foram oferecidas.

Os convites chegavam para irmos almoçar na casa de fulano, jantar na casa de sicrano e para nos juntarmos às festividades juninas... e em todo o lugar, comida e mais comida, frutas e mais frutas e mesas repletas de tanta comida que sempre sobrava... e isto acontecia, não por que fossem festas juninas, mas por que é mesmo assim, lá por aquelas bandas.

Vi muitas mangueiras, cajueiros, azeitoneiras (não oliveiras), tamarindeiros, etc., mas não está na época destes expressarem a sua abundância.

O que menos existe na comunidade é carne, mas ainda assim, sempre aparece oriunda de caça da região, de algum animal pertencente a um membro da povoação, ou até mesmo de carne comprada na cidade, no pé da serra.

Nas casas simples por onde passei, as panelas são grandes e as cozinhas são parte central na calorosa recepção das visitas.

Vi diversos casos graves de alcoolismo, mas nenhum dos alcoólatras aparentava passar fome: como passar fome em um lugar assim?

Para quem tem olhos para ver e coração para sentir, aquele lugar é uma inundação de Abundância divina manifestada na Natureza, tudo oferecido ao ser humano para a sua saúde, alegria e bem-estar, demonstrando que, sim, vivendo com inteligência, sabedoria e União, a Terra pode ser um jardim-pomar e a vida muito mais saudável, leve, filosofada, sonhada, inspirada, compreendida e naturalmente apercebida, sem a necessidade desesperada do sacrifício braçal, da poluição maquinal e das megalíticas construções que desequilibram a Natureza.

As qualidades de abundância que contemplei eram resultado, não só, das características do lugar e do trabalho dos nativos, mas também devido à baixíssima institucionalização das relações humanas e também devido à baixíssima institucionalização da gestão de bens naturais e essenciais à sobrevivência e à vida.

A organização das relações entre as pessoas e entre as pessoas e a Natureza, baseia-se em suas próprias regras em imensos casos e não nas regras de gente de longe da serra que nem sabe como ali se vive e trabalha.

A comunidade manifesta alguns hábitos pontuais de pouca eficácia na manutenção do equilíbrio natural, mas a quantidade de Abundância na Natureza ainda está conseguindo superar as práticas menos eficazes.

Apesar da excelente qualidade dos produtos da terra, muitos dos nativos ainda não entenderam a vantagem de se alimentar dos mesmos, chegando a vender o arroz ali produzido para comprar arroz branco.

“- Mas algumas pessoas já começaram a entender e estão começando a comer o arroz da terra” – disse-me um produtor deste cereal.

Paradoxalmente, numa região que emana tanta vitalidade, não é raro ver alguém acima do peso, ou com problemas de saúde, devido a práticas de alimentação indevidas: é quase como se um conhecimento-chave essencial, natural e geracional, estivesse ali, à flor da pele, mas teimasse em permanecer esquecido nas rotinas diárias ante as promessas e as ofertas de delícias que sobem a serra.

Todas as pessoas que conheci assistem TV.

O sinal de internet também já lá chegou e os cabos de fibra óptica estão entrando em cada vez mais casas.

Aquelas serras são uma fonte de vida que desce pelas ladeiras abaixo, florescendo as planícies ao redor... e só não germina nas planícies em maior quantidade e para maiores distâncias, devido à institucionalização das relações humanas e consequente gestão pouco inteligente e gananciosa dos bens naturais essenciais à sobrevivência e à vida, gerando mecanismos e práticas que incutem escassez e induzem carência.

O processo de incutir escassez e induzir carência já chegou aquela comunidade serrana e praticamente todos são mentalmente programados através da TV, da internet e do sistema educacional, com as ideias de “trocar a enxada pela caneta”, de “ser alguém” e de “ter sucesso” dentro das metrópoles.

Em quantos jovens daquela região não existe o desejo de mergulhar no mundo moderno além das serras e das planícies?

Quantos não trocariam a autonomia oferecida pelos ancestrais conhecimentos da Natureza, essenciais à sobrevivência, por dinheiro, títulos e reconhecimentos, carros e apartamentos e por todas as coisas que a TV e a internet prometem como parte da moderna vida urbana?

O sistema é uma forma de pensar e de aperceber a realidade, que anda circulando o mundo conquistando mentes, de forma a que o desenvolvimento dos modelos civilizacionais gerados pelas relações humanas internas, convirja na direção do mesmo modelo que o sistema de governança mundial está impondo em todo o mundo, de vivência de escassez, de percepção de carência e de controle tecnológico absoluto sobre cada pessoa, animal, produto e serviço.

Quando descemos a serra para regressar a casa, foi notório que, quanto mais descíamos, mais a institucionalização das relações humanas crescia em proporção inversa à Abundância, até chegar ao ponto de contemplarmos casos de escassez, pobreza e miséria.

Na Abundância, o dinheiro não é preciso: cada pessoa compartilha o tanto que não consegue consumir e em troca, recebe aquilo que não tem e que outros têm em abundância e estão compartilhando.

Os significados que o sistema tem dado a “ser alguém”, a “sucesso”, a “felicidade”, a “qualidade de vida” e a “prosperidade”, têm vindo a ser associados, essencialmente, a conquistas materiais e enfermas, fazendo com que as pessoas abandonem as suas raízes ancestrais e naturais e se concentrem na vida das grandes metrópoles, onde não existe comida, nem água, suficiente para todos.

Torna-se essencial para a sobrevivência e vida com qualidade, chegarmos a uma massa crítica de pessoas:

:: conscientes da natureza abundante da Terra; 

:: conscientes que a Abundância da Terra junto com o sentimento de União, são a solução para as diversas dificuldades que a humanidade enfrenta – e isto não é um dogma, uma vez que a solução nasce espontaneamente da Natureza e não deste que aqui escreve e compartilha; 

:: a nível prático e com sentimento de União, respeitar e multiplicar os conhecimentos da Natureza, tanto pela tradição oral, quanto pelo desenvolvimento de atividades que façam, tanto crescer a Abundância e aumentar a quantidade de pessoas conscientes da Abundância da Terra, quanto as incentivar a criar outros movimentos nesse sentido.

Perante os complexos sistemas de regulamentação e supervisão dos sistemas nacionais e internacionais e perante as complexas dificuldades que a humanidade enfrenta, a simplicidade que é conscientizar a Abundância da Terra compartilhada pelo sentimento de União, manifesta a solução para maior parte dos problemas da humanidade.

Massa crítica de pessoas com sentimento de União, conscientes da Abundância da Natureza e da reduzida quantidade de pessoas na Terra.

União.

Comentários

  1. Será que o dinheiro só é útil em realidades de escassez e percepção de carência?

    Será que para manter o sistema financeiro é preciso anular nas pessoas, a percepção da Abundância da Natureza?

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  2. A escassez gera dependência de um sistema de facilidades e promessas de sonhos realizavéis.

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