União (revisto - Edição Jun.2022): detalhes sobre a solução mais eficaz para a resolução de maior parte das dificuldades humanas


As crianças deparam-se com uma sociedade barulhenta, cada vez mais competitiva, consumidora, raramente colaborativa.

Crescem e amadurecem em um sistema cada vez mais movimentado e estilhaçado em incontáveis ideologias, crenças e percepções. 

As perguntas das crianças e dos jovens são prontamente atendidas, em sua grande maioria, por caixinhas de respostas que explicam quase tudo. 

O que ainda não foi explicado tem por premissa as caixas e por isso mesmo, a busca por respostas, também na grande maioria das vezes, segue e respeita as linhas de pensamento que constituem tais bolhas de percepção e convivência. 

Chegam a determinar que respostas devem, ou não, ser buscadas.

O indivíduo assim contextualizado observa as opções que surgem no decorrer da sua vida, desde a mais tenra idade, sendo de ordem tribal, majoritariamente. 

Como maior parte das atuais bolhas incentivam o indivíduo a buscar ser alguém e ter sucesso dentro dos significados, das relações e dos movimentos internos, tais sistemas são, no mínimo e em maior, ou menor, grau, marginalizantes, excludentes, reservados e mais, ou menos, fechados em si mesmos. 

O desafio para o indivíduo está em compreender os símbolos e os sinais usados na linguagem dos estilos de vida de cada uma das bolhas de percepção e convivência: se não os entender com clareza, encontra grandes dificuldades de integração nas mesmas. 

Magneticamente, é atraído para se integrar, pertencer, contextualizar e se auto-identificar com algumas das bolhas disponíveis no seu meio, com as quais manifesta mais afinidade. 

Raramente surge um indivíduo criando novas bolhas, ou re-estruturando as bolhas já existentes de forma a que estas, não deixando de ser o que são, sejam re-novadas e inovadas quase inteiramente. 

Praticamente todas as bolhas de percepção e convivência disponíveis são originárias de bolhas anteriores. 

É o entendimento das linguagens culturais e ritualísticas que as compõem, que poderá proporcionar ao indivíduo que nelas foi integrado, ou deseja nelas ser integrado, alcançar aquilo que em cada uma das bolhas significa sucesso, prosperidade e ser alguém. 

É o entendimento dos símbolos e dos sinais da linguagem cultural de determinada bolha de percepção e convivência que permitirá ao indivíduo fazer as escolhas consideradas mais acertadas naquele meio e movimentar-se com mais, ou menos, eficácia em relação aos objetivos propostos por tal ambiente. 

O indivíduo escolhe aprender a aderir a grupos por que, de alguma forma, acredita que os mesmos o tornem individual e coletivamente, mais forte e seguro, com maiores probabilidades de bem viver e bem sobreviver. 

Porém, durante todo este processo, o que acontece maior parte das vezes, é a imposição de uma amnésia em relação à real identidade natural.

Nos primeiros passos de integração nas bolhas de percepção e convivência, a pessoa observa, experimenta e imita. 

Quando já é alguém internamente reconhecido e identificado, pode começar a inovar, mas jamais sem sair das fronteiras da bolha de percepção e convivência, de forma a manter os laços que o ligam ao sistema em que escolhe estar integrado. 

Após integrado, as relações humanas e os movimentos do indivíduo passam a ter como objetivo o fortalecimento e a sobrevivência da bolha e do seu próprio status individual como parte integrante da mesma. 

Quantos indivíduos dedicam o seu tempo e a sua energia, pensando e trabalhando pela União entre todas as pessoas de todas as bolhas de percepção e convivência?

Será, sequer, isto possível sem extinguir, ou transformar inteiramente, as bolhas? 

A grande maioria dos seres humanos vive para competir e “chegar lá”, ao que está definido como sucesso e como ser-alguém, fiel às programações mentais das quais são alvo, desde crianças, dentro das bolhas de controle e percepção em que foram, ou escolheram ser, integrados. 

União entre as pessoas é Verdade.
Sem verdade, não há União. 

Mesmo que a ideia de União entre as pessoas passe pelo pensamento de alguém em algum momento da vida, quando a grande maioria constata a antagonização da mesma com os significados de sucesso e ser alguém dentro da bolha, rapidamente foge de tal caminho.

A União, por ser verdade, conduz-nos, individual e coletivamente, até ao momento da verdade ser olhada de frente, estudada, falada e praticada. 

Alguém pensa em União, mas hesita perante a memória daqueles que viveram e morreram para manter viva a ideia de União, uma vez que foram quase todos perseguidos, torturados, mortos, ou, no mínimo, marginalizados, ilegalizados e criminalizados. 

Conscientizemos que, presentemente, ainda estamos lutando  pela liberdade: liberdade de expressão, de pensamento, de crença, de ir e vir sem dar satisfação a ninguém e pelo direito de questionarmos o que quisermos questionar sem risco de marginalização, ilegalização, criminalização, perseguição e morte, continuando a ser inocentes até prova em contrário (invés de potenciais criminosos e terroristas que precisam ser controlados, vigiados e revistados). 

Ainda estamos na fase de trazer para nós a responsabilidade das mudanças positivas que urgem acontecer na sociedade e compreender, definitivamente, que não existem salvadores fora de nós. 

Ainda estamos na fase de conscientizar os deveres e responsabilidades que a liberdade acarreta, por que liberdade não é fazer o que se quer. 

Liberdade só é liberdade quando acompanhada pela sabedoria de saber escolher com o sentimento de União. 

Há quem defenda que a competição e a hierarquia são de origem genética, natural.

Se assim é, a pergunta torna-se delicada: temos nós o poder que nos auto-programar como indivíduos, como grupos e comunidades, manifestando um ser humano natural, criador de civilizações saudáveis e mais eficazes, em termos de sobrevivência, de relacionamentos humanos e de interação com a Natureza? 

Evidentemente que, ao fazermos esta pergunta, imediatamente somos compelidos a procurar respostas fora dos procedimentos de eugenia para melhoramento das raças: o processo de União que conduz à manifestação do ser humano natural jamais deverá ser confundido com eugenia, uma vez que esta busca o aperfeiçoamento através de intervenções externas, enquanto aquela vive a espontaneidade natural da real identidade de Si. 

Com o passar dos anos, as crianças tornam-se jovens e adultos e a complexidade dos códigos das linguagens e do processo de integração em grupos de influência, de força, de poder, de oportunidades, de troca de favores, de tráfico de influências, de apertos de mão e palmadinhas nas costas, seja na escola, na universidade, na empresa, no esporte, na religião, na família e na sociedade como um todo, só se intensifica em exigências e auto-identificações efêmeras. 

Se o indivíduo tiver dificuldade em interpretar os códigos de linguagem que são as chaves para acessar e se movimentar dentro de determinados círculos sociais, terá imensa dificuldade de se integrar e de participar do movimento humano que acontece nos mesmos, em suas mais variadas expressões. 

Assim, desde que é criança, é programado mentalmente, logo, socialmente, a identificar códigos, símbolos e sinais de linguagem que caracterizam as relações humanas de competição consumista, de valorização das aparências, de exaltação do status e de idolatria da riqueza. 

É incentivado a usar tais linguagens para conquistar um suposto sucesso, uma suposta qualidade de vida, uma suposta felicidade e ser um suposto alguém moldado pelos valores que o sistema em que escolhe estar integrado, tanto se esforça por determinar. 

A ideia de União entre todas as pessoas de todas as bolhas, nunca, ou muito raramente, surge nos movimentos sociais em que o indivíduo participa, logo, dificilmente a ideia de União surgirá em seu próprio pensamento - a não ser que, por alguma razão de baixa probabilidade, ele comece a se des-programar da engenharia social de controle mental e da percepção da realidade, da qual, ele é alvo desde criança. 

Estes programas de controle mental e da percepção da realidade, apenas lhe proporcionam aperceber, em seu próprio pensamento, o leque de opções que o conduzem a escolher grupos e tribos: jamais surge em seu pensamento, falar, clamar, ou viver, pela união entre as pessoas, uma vez que, aquilo que parece funcionar melhor, é o tribalismo. 

Mesmo lembrando os antigos e modernos conflitos entre tribos indígenas sem qualquer sistema de governança entre elas, isso não anula a existência de uma força anti-vida com pretenções de domínio globalista, cujo  hipnotismo-base é o princípio de guerra, de dividir para conquistar. 

Em todos os segmentos da sociedade, mesmo dentro das limitações das bolhas de percepção e convivência, a União é sempre a melhor solução: poucos negam esta evidência. 

É, no entanto, perante o nível de consciência atual, a mais difícil das ações a ser praticada, uma vez que a mesma promete solidão, sofrimento e marginalização, no mínimo.

Então, por quê procurar pensar, conversar e praticar a União?

Para que a União entre as pessoas possa vir a ser uma realidade civilizacional, é preciso que semeadores joguem sementes ao vento-pensamento, na esperança-sem-espera de que estas toquem alguém e se multipliquem.

União entre as pessoas é Liberdade. 

A humanidade, graças, mais uma vez, aos programas de controle mental e da percepção da realidade que são injetados nas mentes pela engenharia social, não sabe como viver em Liberdade e União. 

Viver em Liberdade e União é o direito das pessoas se organizarem do jeito que bem entenderem sem terem de dar satisfações seja a quem fôr, ao redor das coisas que lhes são, ou não, essenciais para a existência, sem prejudicar terceiros.

Viver em Liberdade e União é viver sem sistema de controle e opressão, cada um sendo Mestre de Si, com livre direito de se auto-proclamar soberano, espiritual, social, humana e naturalmente, consciente de suas escolhas e amorosamente responsável pela forma como toca outras vidas. 

Só quando alcançarmos uma massa crítica de pessoas em tal nível de consciência poderemos saber se um sistema de governança deverá continuar a existir, ou não: hoje, por falta de vivência, só conseguimos divagar entre uma opção e a outra.

Como diz o filme, muitos não estão preparados para serem desconectados.

O fim do sistema de controle e opressão, sem uma massa crítica de pessoas com determinado nível de consciência, princípios e valores, seria a festa da libertinagem, violando com todo o prazer, os limites da liberdade alheia. 

Para que a União e a Liberdade se manifestem na humanidade é preciso, agora, assim como antes, jogar sementes no coração e na consciência, de maneira a transformar pensamentos, sentimentos, crenças e percepções de realidade, despertando a confiança no potencial de sermos todos agentes conscientes de transformação positiva, sem dependência de sistemas de governança. 

Quando alcançarmos uma massa crítica de agentes conscientes de transformação positiva, estaremos aptos para escolher se queremos continuar, ou não, com sistemas de governança, invés destes nos serem impostos.  

O sistema de controle e opressão que hoje vivenciamos tende a dissolver-se em cada pessoa consciente.

O sistema de controle e opressão que hoje vivenciamos - e o qual tem tudo para continuar crescendo, se fortalecendo e se intensificando, devido à não existência de uma massa crítica de desobedientes conscientes - tende a dissolver-se em cada pessoa consciente. 

O sistema de controle e opressão não existe para a pessoa consciente, por que o sistema é uma construção mental incutida, do tipo, “- É assim que é! É assim que se faz!”

Aquele que é consciente, é criador... mas o ainda-não-consciente, também o é.

O sistema de controle e opressão passa a existir todas as manhãs em que as pessoas acordam para construir e administrar, manter e aperfeiçoar o funcionamento do mecanismo que as escraviza, manipula e controla. 

Quanto mais pessoas escolherem não ser representantes do sistema de governança, mais o sistema, que nada mais é do que uma bolha de percepção, de convivências e movimento de relações humanas em geral, se dissolve, naturalmente. 

Nós somos a solução.

Arquétipo do Salvador é o programa de controle mental e da percepção da realidade que faz o indivíduo buscar sempre alguém, ou alguma coisa, que resolva os problemas sociais (e às vezes, até pessoais), transferindo para outro a responsabilidade de realizar transformações, de mudar o que deve e pode ser mudado. 

De tal dependência, fragilidade e vulnerabilidade, surgem políticos-salvadores, líderes-salvadores, messias-salvadores, profetas-salvadores, heróis-salvadores, extraterrestres-salvadores e todo o tipo de salvadores que as pessoas possam imaginar. 

Até demônios-salvadores.

Enquanto o despertar da consciência não acontece em relação à real identidade natural e espiritual e em relação ao modo como o mundo humano e a Natureza, verdadeiramente, funcionam, enquanto não acontecer a desprogramação de tal submissão por hipnotismo, o sistema existirá no indivíduo, o sistema é algo real para ele, concreto e ele sempre escolherá tribos que trabalhem para manter tal sistema e que o façam sentir mais forte, seguro, socialmente localizado.

Para isto, ele precisa entender os símbolos e os códigos da linguagem de cada tribo. 

O objetivo do sistema de programação mental (de ensino, educacional) não é Unir; não é reconhecer a presença da real identidade natural; não é conhecer como verdadeiramente funciona o mundo, mas, sim, ensinar ao indivíduo como se associar a grupos e tribos políticas, religiosas e científicas que o deixem mais forte e seguro no campo de batalha.

União é identidade natural.

Quanto mais pessoas se unirem para falar, pensar e semear a ideia de União, quantos mais pessoas se unirem em ações focadas no estudo da real identidade natural, mais breve será o nascer de uma civilização bem mais saudável, justa, amorosa, pacífica e sábia.

União

Comentários

  1. "UNIÃO" ... Um em enormidade, um grandão... um tantão, um em todos!

    ResponderExcluir
  2. Oi Daniel, gratidão pelo seu trabalho. Uma excelente reflexão de nós mesmos onde quer que estejamos. O autoconhecimento é a base do desenvolvimento e maturidade pessoal, é impossível exercitar a auto percepção sem se questionar. A maioria das pessoas pessoas tem uma visão distorcida da realidade. Eu mesma era uma das pessoas. Tenho muito que aprender ainda. E vamos em frente com pensamento positivo. Abraço. Vera Gaspar.

    ResponderExcluir

Postar um comentário